O Grande Ator em Cena: O Cérebro.

setembro 25, 2015

O interesse pela neurociência há décadas vem crescendo nas áreas da psicologia, educação e da psicopedagogia, mas foi na década de 90, conhecida como a “Década do Cérebro”, quando foi dada maior ênfase à investigação do sistema nervoso central que desde então vem modificando, cada vez mais a prática terapêutica, a visão educacional e as ações pedagógicas.

Mas antes de começar a falar sobre esses avanços que ajudam ao desenvolvimento escolar, é bom lembrar que cada indivíduo é diferente, porém no processo educacional não há atrasado, mas seres com necessidades de estímulo nas diferentes áreas de aprendizado, bem como crianças que necessitam de interferências específicas em certas áreas.

Hoje é claro observar nas salas de aula a dificuldade que educadores têm em tratar das diferenças, sejam elas biológicas, psicológicas ou sociais, que os fazem ajustar os trabalhos à classe para permitir o desenvolvimento máximo das aptidões de cada aluno. Precisam compreender a exata dimensão do momento em que vivemos onde não existe um roteiro pronto e determinado que na verdade são paradigmas a serem quebrados, conhecidos e adaptados à realidade e a  um grande desafio a ser vivido.

Todas as crianças têm direito a uma educação de qualidade onde suas necessidades individuais passam ser atendidas e onde possam se desenvolver em um ambiente enriquecedor e estimulante de seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social, seja ele regular ou especial. Afinal, a proposta da educação inclusiva necessita de consenso dos pais, professores e de gestores, pois todos os alunos estão na condição de educandos, aprendizes de uma escola que deve ser de boa qualidade para todos e integrada a sua comunidade.

A neuroaprendizagem é um processo inovador na área pedagógica perante situações com que nos deparamos nas instituições de ensino, onde a eficácia emocional da criança se relaciona com a percepção da própria capacidade de lidar, monitorar, manejar e mudar sentimentos adversos que inibem a persistência da busca de um objeto, fazendo com que possa experimentar sentimentos e pedir ajuda, o que a torna um aprendiz eficiente e mais confiante em si.

A Neurociência tem apresentado diariamente novas descobertas que antes não eram possíveis saber. Hoje, podemos dizer que a maior descoberta é a questão da plasticidade cerebral, ou seja, no passado acreditava-se que quem não aprendia, não aprendia e cabia ao indivíduo sumir dos meios acadêmicos e sociais. Era uma exclusão que a própria ciência fundamentava. Hoje a plasticidade cerebral, que a ciência tanto tem se dedicado a compreender cada vez mais, é a grande descoberta em relação a esse grupo de alunos.

Mas o que vem ser essa “plasticidade cerebral” de que tanto se fala hoje em dia? Ela nada mais é do que a capacidade que o cérebro tem em se remodelar em função das experiências do sujeito, reformulando as suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio ambiente. Exemplificando: antigamente admitia-se que o tecido cerebral não tinha capacidade regenerativa e que era definido geneticamente, o que não permitia explicar os indivíduos com dificuldades ou diferentes lesões obterem, com terapia, os estímulos específicos da função da fala e da atividade cognitivo-motora, pois não existiam estudos que mostravam o que realmente acontecia.

Foi a partir daí que a escola também começou a olhar para a medicina e buscar resposta para o que eles apresentavam, até que chegamos à “Década do Cérebro”, que através de tantos estudos e descobertas a escola não conseguiu mais passar imune a eles, e os educadores, cada vez mais têm se interessado pelo assunto e incorporado em seu dia a dia os ensinamentos.

Didáticas diferentes hoje são trabalhadas com sucesso na transformação do aprendizado, levando a crer que um desafio começa a ser vencido. Educadores conseguiram, através dos estudos da ciência, incluir no dia a dia articulações da linguagem muito além da palavra falada e a atividade cognitiva não permanece mais estática perante a percepção, abstração, inferência e raciocínio. Símbolos, sons e imagens foram acoplados a esses ensinamentos. A imagem tem chamado muito mais atenção e com isso o visual leva-os ao melhor entendimento, como foi percebido através dos estudos de Tainturier et al. (1992) ao comparar alunos do ensino médio e do ensino superior, onde foi revelado que palavras pouco frequentes no cotidiano levam mais tempo para serem reconhecidas pelos alunos de ensino médio. Esses alunos se revelaram mais sensíveis ao efeito da frequência da palavra, o que sugeriu o tal estudo, de que o nível de educação escolar deve ser considerado como uma neurociência variável influente na interpretação de dados experimentais relacionados à linguagem.

Ou seja, os conhecimentos vindos da neurociência são capazes de clarear caminhos novos, necessários para explorar as fronteiras da compreensão dos mecanismos operatórios da mente humana, oferecendo aos profissionais de educação bases consistentes sobre o funcionamento do cérebro e suas possíveis aplicações no processo ensino-aprendizagem. Leva-os a desvendar os cérebros na sala de aula e contribuir para uma educação mais justa e menos excludente. Assim o educador tem a possibilidade de compreender melhor como ensinar, já que existem diferentes maneiras de aprender.

(TAINTURIER, M-J., TREMBLAY, M. & LECOURS, A. R. Educational level and the Word frequency effect: a lexical decision investigagtion. Brain and language, 43: 460-474, 1992)

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